Rio – O uso de analgésicos não é o único tratamento eficaz contra a dor de cabeça. Uma sessão de 30 minutos de massagem pode ter o mesmo efeito de remédios, segundo uma pesquisa realizada na Universidade de Granada, na Espanha. No estudo, os pacientes com dor de cabeça tensional (aquela que pode ser desencadeada por cansaço, preocupações ou má postura, por exemplo), tratados com massagem na cabeça e no pescoço, tiverem menos dor e ansiedade por 24 horas após o procedimento.
“O estudo é importante porque a automedicação entre os que têm dor de cabeça tensional é muito alta. E a massagem oferece a possibilidade de redução do uso de analgésicos, que têm efeitos colaterais”, explica Elder Machado Sarmento, coordenador do departamento de cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia.
Segundo estudos, o uso abusivo — mais de três dias por semana — de analgésicos pode agravar os sintomas e tornar a dor de cabeça crônica. “É como se o cérebro manifestasse a dor para receber mais remédio. Já a massagem não provoca efeitos colaterais”, afirma Sarmento.
De acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Cefaleia, 74% dos brasileiros tiveram dor de cabeça no último ano. E a tensional é justamente a mais frequente delas.
“A maioria dos pacientes que têm esse tipo de dor também têm dor na musculatura posterior do pescoço. Não sabemos ainda se a dor de cabeça provoca a dor muscular. Ou se a dor muscular provoca, em pessoas que já estão suscetíveis, a dor de cabeça”, explica Sarmento.
O estudo comprovou a eficácia da massagem profissional contra as crises de dor de cabeça tensional, mas o procedimento feito em casa pode ajudar a diminuir a intensidade da dor.
“A massagem feita por uma pessoa que não é profissional pode não acabar com a dor, mas certamente ajuda a aliviar”, afirma a naturoterapeuta Maria Cristina Marins Ferreira, acrescentando que a massagem deve ser relaxante e nunca “dolorida”.
A dona de casa Gilsara Cunha, 59 anos, não conhecia a pesquisa espanhola, mas já recorre à massagem contra a dor de cabeça. “A massagem alivia, deixa a cabeça mais leve. Funciona como um remédio”, afirma.
Ela, no entanto, é exceção. Segundo os médicos, as pessoas preferem remédios porque acreditam que têm efeito mais rápido, são mais baratos e de fácil acesso.
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