Uma das primeiras pessoas com quem Meir Schneider, Ph.D, criador do método Self-Healing (Autocura), trabalhou quando ainda residia em Israel e que em boa parte o motivou a tornar-se terapeuta foi Vered Vanouou, uma mulher forte e determinada a vencer as limitações impostas pela pólio contraída aos 3 anos de idade.
Sua perna esquerda era fraca, capaz de levantar somente alguns milímetros do chão, o que a forçava a arrastar a perna ao andar. Foi a partir do trabalho com Vered que Meir foi desenvolvendo muitas das técnicas e exercícios que usamos hoje no trabalho com paralisias e limitações de movimento – a primeira versão dos exercícios na água foi, de fato, criada no mar, onde Meir e Vered trabalharam com afinco. Além disso, muita ênfase foi dada à soltura de seus quadris, à vizualização do movimento, à insistência em criar e ampliar mínimos movimentos na perna esquerda e à alternância com massagens de soltura, estímulo nervoso e de suporte que ele ia “inventando” para facilitar-lhe os movimentos. Após 2 anos e meio de trabalho intenso, Vered foi capaz de levantar a perna 6 cms do chão e de intergrar normalmente essa conquista na marcha. Vários anos depois conseguia erguer a perna 12 cms do chão! Vered tornou-se a primeira terapeuta e instrutora do método Self-Healing, dando continuidade ao trabalho de Meir quando ele mudou-se para os Estados Unidos.
Talvez para alguns isso possa parecer pouco resultado para tanto esforço. É verdade que é preciso muita paciência e perseverança para recuperar movimentos em áreas muito paralisadas e atrofiadas, como a perna esquerda de Vered. É claro também que áreas menos fortemente acometidas respondem com muito mais facilidade ao tratamento. Mas em todo o caso é importante ressaltar que uma mudança de poucos centímetros pode significar uma diferença enorme no modo da pessoa andar – entre arrastar uma perna “morta” e utilizá-la ativamente na marcha – com uma significativa mudança na imagem corporal e, consequentemente, na auto estima.
A questão da autoestima no trabalho com pólio é extremamente importante, visto que, de saída, a pessoa não é, e não se sente doente – o que ela tem é a seqüela de uma doença já inativa – e aprendeu desde cedo a trabalhar duro, aguentar dores e fazer sacrifícios na sua reabilitação para alcançar seus objetivos. Geralmente trata-se de pessoas inteligentes, motivadas e batalhadoras, para as quais a visibilidade da seqüela constitui um fator limitante tanto emocionalmente quanto nas relações interpessoais e no convívio social. Nesses casos, “pequenas” mudanças são, na verdade, grandes marcos na direção de mais independência, “normalidade” de movimentos e auto aceitação.
Cissa, outra cliente nossa há anos, uma empresária muito atraente e bem sucedida, desenvolveu pós-pólio por volta dos 35 anos de idade, o que resultou em grande perda de força e massa muscular no quadríceps e dores fortíssimas no joelho. Tendo tentado “de tudo” sem sucesso, seu ortopedista sugeriu o uso de aparelho ortopédico, o que para ela, era o mesmo que “o fim do mundo”. Foi quando chegou até nós, determinada a evitar o aparelho a qualquer custo. Fez vários intensivos com o próprio Meir, ganhou massa muscular e até hoje leva uma vida bastante ativa usando apenas uma bengala canadense. Cissa continua trabalhando seu corpo regularmente-nada, anda de bicicleta, recebe sessões de massagens de diversos terapeutas, experimenta outras modalidades de trabalho corporal e, de tempos em tempos, quando o joelho entra em crise, faz um novo intensivo. Quase 15 anos se passaram desde seu primeiro encontro com o Self-Healing!
Algumas dicas do método: