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Relato de experiência: Oficina Terapêutica Corporal - Método Self – Healing - Autocura e Danças Circulares Sagradas, Silene Alves Atalla e Deise Akemi Casteluccio

Introdução

Com a Lei da Reforma Psiquiátrica (2001) o tratamento dos transtornos mentais, antes centrado nos hospitais psiquiátricos, é direcionado a dispositivos diversificados, abertos e de natureza comunitária ou territorial, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Centros de Convivência.

Através de atividades terapêuticas o CAPS busca amenizar e tratar as crises, diminuindo e/ou evitando a necessidade de internação psiquiátrica e a conseqüente quebra de vínculo familiar e social. O CAPS possui um enfoque comunitário, favorecendo a convivência, a recuperação da autonomia e reinserção nas atividades cotidianas, sociais e do trabalho.

É elaborado e discutido junto à equipe interdisciplinar e o usuário o Projeto Terapêutico Individualizado (PTI). Este PTI contém um conjunto de estratégias e técnicas orientadas, as quais contribuem na recuperação do usuário.

O CAPS deve ser um lugar de passagem, por isso a importância da colaboração familiar.

No CAPS em questão aconteciam os grupos psicoterapêuticos (verbais), de horta e artesanais.

O nascimento do Projeto “Oficina Terapêutica Corporal” se dá no momento em que a equipe nota que muitos aspectos importantes para a habilitação e reabilitação deste usuário não estavam sendo plenamente alcançados somente com estas abordagens.

O Projeto foi delineado por uma Terapeuta Ocupacional com formação no Método Self-Healing-autocura e por uma Psicóloga com formação em Focalização em Danças Circulares Sagradas.

Em ambas as formas de abordagem corporal as noções de espaço, tempo, ritmo, lateralidade, dinâmica global e regulação tônica são dadas a todo o momento, trabalhando as percepções táteis, proprioceptiva, interoceptiva e vestibular.

O movimento intencional, bem percebido de forma consciente, leva o ser a uma maior compreensão de si mesmo, além de uma maior harmonização com o mundo (externo e interno); através dele todo o modelo postural é alterado, e a psique também. Ambos são instrumentos de socialização e de ampliação da consciência individual, grupal e da responsabilidade do indivíduo sobre a sua própria saúde.

O movimento rápido, sobretudo o circular, altera a reação vestibular e a sensação de peso do corpo o que acaba transformando a imagem corporal e diminuindo a rigidez de sua forma, levando a uma atitude psíquica diferenciada.

Portanto, tais práticas corporais poderiam servir de instrumentos para uma compreensão mais global do usuário pela equipe terapêutica e para a habilitação e reabilitação do usuário nas várias facetas de sua vida: seu corpo, sua mente, suas emoções, sua produção e suas interações sociais.

O grupo foi composto por 10 usuários do CAPS II, diagnosticados como portadores de Transtornos mentais: esquizofrenia, afetivo bipolar, depressivo severo e de personalidade, elencados pela equipe interdisciplinar, porém com adesão voluntária.

As experiências relatadas neste artigo se deram entre os meses de fevereiro a novembro de 2011.

A Oficina Terapêutica Corporal foi realizada semanalmente, às 2° feiras das 08h30min às 10h00min, alternando as técnicas a cada sessão.

A avaliação da Oficina Terapêutica Corporal foi realizada através de reuniões interdisciplinares semanais em que se refletia sobre os aspectos de participação do usuário no grupo, assim como sua freqüência, desenvolvimento individual (habilidade de reflexão e associação; flexibilidade corporal, comportamental e nos relacionamentos; desenvolvimento psicomotor) e do grupo.


Deise Akemi Casteluccio – Psicóloga

Silene Alves Atalla- Terapeuta Ocupacional

CAPS II- Centro de Atenção Psicossocial de Atibaia-SP

Email- capsatibaia@hotmail.com